O que eleva o espírito ajudando o ser encarnado é a consciência do dever cumprido e a prática do bem, para si próprio e para aqueles, seus iguais, a quem muitas vezes querem mal. By Isabel Candeias.

Erros na conduta de si mesmo, por si mesmo - Por Francisco da Cruz Évora

"Na óptica da evolução infalível da família humana, o intercâmbio de conhecimentos espirituais é tarefa obrigatória para aqueles que se interessam pela dimensão espiritual do viver humanoFrancisco Évora

ERROS NA CONDUTA DE SI MESMO, POR SI MESMO

Não se pode falar de erro na conduta de si mesmo, por si mesmo, ou seja, no autogoverno, sem haver algo predefinido que dê diretriz à conduta individual, portanto, sem a precedência de alguma norma de conduta. Assim sendo, daquele que tem uma obrigação a cumprir, predefinida e imposta por um poder maior, diz-se que errou se faltou com o cumprimento dessa obrigação ou se falhou o alvo nos esforços para cumprir com feliz êxito essa obrigação, como exigido na correspondente norma diretriz, salvo se o obrigado não possa ser, com justiça, responsabilizado pela falta ou falha ocorrida.

As Forças (ou Espíritos) Superiores dão o exemplo: “Não desistimos jamais de nossas tarefas espirituais, pois estamos a serviço de uma Força Maior, a Inteligência Universal [Todo-Força], de que somos todos parcelas.” Antonio Cottas

O termo erro referido à conduta de si mesmo por si mesmo (a seguir designado simplesmente por “erro”), é qualquer ato verdadeiramente contrário às forças-lei eternas, a que o Universo obedece.

A curta capacidade de raciocinar acertadamente, a aquisição de vícios e maus costumes, o cultivo de sentimentos inferiores e, por acréscimo, a influência intuitiva e fluídica dos espíritos do astral inferior sobre os seus polos de atração humanos, levam estes a cometer erros, uns mais outros menos graves. Daí o dever do desenvolvimento da capacidade de bem raciocinar, do afastamento dos vícios e maus costumes e do cultivo do respeito e amor, por si mesmo e pelo próximo.

É indispensável procurar, pelo estudo feito com raciocínio e com confiança na luz buscada e recebida das Forças Superiores, as fórmulas correctas, seguras e apropriadas (bons critérios) em razão ou em função das quais se possa dizer isto é lícito, aquilo é ilícito, isto é bom, aquilo é mau, isto é plausível, aquilo é reprovável.

É errado, alimentar vícios materiais e espirituais, e, é errado, causar quaisquer outros prejuízos a si mesmo ou aos outros, tendo em conta, nomeadamente, a norma diretriz do respeito próprio e do semelhante, que orienta o ser humano no sentido de dedicar-se ao bom trato de si e dos outros, dentro das suas possibilidades, para que haja bem-estar, progresso e evolução geral. Em particular,

  • “Está errado quem se torna insensível às mudanças, porque fazem parte do progresso do mundo e da evolução espiritual do ser.” Luiz  de  Mattos

  • Fugir da luta quotidiana é um erro, porque “os acontecimentos da vida [neste mundo-escola] prestam-se para que as pessoas fiquem atentas à conduta, ao modo de pensar e agir, e de lidar com os semelhantes.” Humberto Rodrigues
  • O que é necessário ou conveniente à evolução de um dado ser, pode não ser necessário ou conveniente à evolução de outro, porque eles não são iguais no seu perfil evolutivo. Assim sendo, “querer fazer regra geral é errado, porque não há seres iguais.” Luiz de Mattos
  • “A evolução [do espírito encarnado] pode ser retardada pela indolência, displicência ou negligência do ser humano [que, portanto, são erros a evitar ou a combater].” livro Prática do Racionalismo Cristão 
  • “Viver em prejuízo próprio, acarretando sofrimentos para o futuro, é uma insensatez [logo,  um erro a evitar].” Luiz de Souza
Os erros produzidos no passado, gravados no corpo fluídico, e que tendem a aflorar, a emergir ou a reeditar-se, na presente existência física, sempre nos darão desgostos e trarão inquietações, enquanto não forem combatidos e eliminados.

“É na infância e na juventude que os caminhos certos e errados do viver devem ser mostrados, combatendo-se as más tendências trazidas de outras encarnações, sem castigos corporais, mas com palavras meigas, conselhos amigos e bons exemplos.” Jornal A Razão, n° 2575, de Maio 2011

“Os seres humanos, ao buscarem o aperfeiçoamento espiritual, passam a entender melhor as situações difíceis por que passam em razão do mau uso que fizeram do livre-arbítrio, inclusive dos erros de existências passadas quando eles emergem do subconsciente e precisam ser evitados [não reproduzidos] com determinação e firmeza.” Humberto Rodrigues 

(…) “Não se pode deter a evolução [inclusive dos critérios de auto-conduta, no seio da sociedade]. Conquanto muitos a retardem, outros muitos a impulsionam para a frente.” Luiz de Souza


As crenças fundamentais e as convenções sociais, são critérios por defeito com que os seres humanos contam para se orientarem minimamente na conduta da vida, no contexto de cada sociedade em que estejam inseridos. No entanto, tais critérios geralmente assumidos pelos componentes da mesma sociedade, vão evoluindo lentamente, por força de descobertas, pesquisas e desdobramentos científicos. “Hábitos e costumes se reformam com o tempo, à medida que ideias novas surgem, introduzindo melhoramentos.” Luiz de Souza


“Todos os habitantes deste mundo-escola são imperfeitos. Uns, evidentemente, mais do que outros. Não há, pois, quem não esteja sujeito a erros. Muitos desses erros [e sofrimentos relacionados] são involuntáriosOutros [e sofrimentos relacionados] resultam do mau uso do livre-arbítrio. (…) somente quando [o ser] começa a sentir que sua evolução pode seguir curso mais apressado é que se dispõe, com firmeza, a abolir erros praticados conscientemente. (…) Esconder os erros em lugar de combatê-los é prática comum, mas altamente prejudicial ao aperfeiçoamento do espírito.Livro Racionalismo Cristão, 45ª edição 


“As imperfeições humanas  [fruto natural de erros produzidos pelo espírito em existências físicas anteriores] estão no espírito, embotadas, enclausuradas, latentes, e é preciso que seja provocada a sua exteriorização, a fim de serem reconhecidas e aniquiladas.” Luiz de Souza 


“O esclarecimento espiritual sobre a vida fora da matéria [densa] pode tirar do corpo fluídico essas manchas [produzidas em vidas passadas], pouco a pouco, mediante a força de vontade aliada à disciplina, em contínuo exame de consciência. Somente assim, os seres humanos conseguem desvencilhar-se dos males e das imperfeições.” Luiz de Mattos


Quem incide e reincide na prática de erros, quando dependia de si e só de si escolher e fazer o oposto, aproxima-se continuadamente do abismo que aloja, temporalmente, todos os espíritos mentirosos, delatores, vilões, sensualistas, malandros, traidores, velhacos, impostores, pervertidos, prevaricadores, homicidas, gatunos, falsificadores e imorais.


Todos “precisam se convencer de que não poderão contar com o auxílio de ninguém para libertar-se das consequências [erros-efeito] dos erros que cometeram [erros-causa dos erros-efeitos] e que terão de resgatar com ações elevadas, qualquer que seja o número de existências para isso necessárias. Por certo pensarão mais detidamente, antes de praticar ato impróprio [diante da consciência julgadora].” Racionalismo Cristão, 45ª edição


“O erro precisa ser conhecido para poder ser evitado. São incalculáveis os males [ou, prejuízos para a evolução dos seres e para o progresso material] resultantes do desconhecimento do que representa o livre-arbítrio na existência humana, pois com essa faculdade bem conduzida, não haveria tantas encarnações mal aproveitadas.” Livro Prática do Racionalismo Cristão


A curta capacidade de raciocinar acertadamente, a aquisição de vícios e maus costumes, o cultivo de sentimentos inferiores e, por acréscimo, a influência intuitiva e fluídica dos espíritos do astral inferior sobre os seus polos de atração humanos, levam estes a cometer erros, uns mais outros menos graves. Daí o dever do desenvolvimento da capacidade de bem raciocinar, do afastamento dos vícios e maus costumes e do cultivo do respeito e amor, por si mesmo e pelo próximo.


“O erro, por pequeno que seja, traz consequências desagradáveis e desfavoráveis ao viver. Um erro dá margem a outro, e, de erro em erro, chegam [as pessoas] ao desequilíbrio psíquico, situação muito triste, como podem observar.” (Luis de.Mattos) “Deve haver um sentido de alerta permanente para não se errar. A mente [ou, em sentido amplo, a estrutura não-física integrante do ser humano, situada a montante do seu comportamento, a jusante] precisa estar sempre preparada para reagir contra os maus pensamentos, os de fraqueza, os de negligência, os desabonadores da conduta.” Luiz de Souza


A força-lei do retorno “faz sofrer sempre que se trate de eliminar o mal, sacudindo e alertando a criatura [alma encarnada] desavisada. São dores inevitáveis [na infalível sequência de causa a efeito], mas depuradoras, necessárias e úteis.” Luiz de Souza


“Querer focar, isoladamente, os fatos desenvolvidos numa só encarnação, para tirar conclusões judiciosas, é querer o impossível, quando se pretenda explicar o motivo dos contrastes aparentes. Altos dignitários poderão ser, em vidas subsequentes, lixeiros, carregadores e varredores, para compensarem nos pratos de equilíbrio da balança, o contrapeso da vaidade, do orgulho, da prepotência e da presunção.” Luiz de Souza


Ninguém pode esperar por bons resultados enquanto continuar insistindo nos mesmos erros… “A maioria das pessoas raramente procede com isenção e justiça no julgamento íntimo dos seus atos [diante do seu órgão julgador exclusivo, sua consciência espiritual]. (…) Com esse procedimento, os erros acabam por incorporar-se aos hábitos e costumes humanos, perdendo o individuo o respeito que deve a si mesmo, e corrompendo o caráter e a dignidade. O que todos devem fazer é encarar, corajosamente, as faltas cometidas e dispor-se a eliminá-las [ou impedi-las, nos novos lances da sua conduta] com o poder da vontade.” Livro Racionalismo Cristão, 45ª edição


“Os ensinamentos racionalistas cristãos são filigranas espirituais a coroar de êxito quem procede corretamente [ou, sem erros] ao colocá-los em prática no viver cotidiano.” Jornal A Razão, n° 2579, de Setembro 2011


Erros na conduta de si mesmo, por si mesmo
Por Francisco C. Évora