O que eleva o espírito ajudando o ser encarnado é a consciência do dever cumprido e a prática do bem, para si próprio e para aqueles, seus iguais, a quem muitas vezes querem mal. By Isabel Candeias.

Alguns aspectos de como melhorar a convivência no seio familiar – Por António de Pina Tavares

Na família, devemos sempre aceitar que o outro existe e têm as mesmas necessidades, interesses e objetivos que nós. O que ele tem e necessita, também, temos e necessitamos. Ele quer cumprir os direitos e deveres, e nós queremos o mesmo. Assim, resta-nos juntarmos para podermos progredir e solidarizar-nos, sempre.

Desta forma, devemos entender que, na essência, somos sempre iguais, embora diferentes em termos de evolução moral, mas que teremos de ser iguais, através de trabalho incessante e construtivo para o nosso aperfeiçoamento moral que é de todos, para o qual devemos mutuamente nos ajudar, para que sejamos complementares.

Devemos nos respeitar mutuamente e nunca discutir. As discussões só trazem aborrecimentos, complicações no relacionamento, dores de cabeça, atritos constantes e outras dificuldades entre os companheiros. Devemos ver e saber que todos têm razão, porque é o ponto de vista de cada um que pode ser diferente. E cada um dá conforme pode e sabe, mas sempre está a contribuir para o progresso de si e de todos, de uma forma ou outra.

Para que os companheiros, na família, desempenhem as suas obrigações, devem praticar a verdade. Esta cria um ambiente de tranquilidade, de paz e de calma como forma pura e transparente de relacionamento sincero entre os companheiros. Ela confere o nosso grau de fidelidade, de confidencialidade e de harmonia no seio da família e com ela nunca se erra, nem sequer podem existir dúvidas, e tudo se resolve de imediato porque é um meio que confirma e orienta todos os nossos procedimentos. Na realidade, a verdade é o caminho certo que devemos seguir para que a coesão e unidade se mantenham na família como prática permanente e para sempre.


Os acontecimentos e atos da nossa vida devem desenrolar-se na base da tolerância recíproca, servindo como forma de compreensão do que o outro é. Neste caso, ninguém é culpado, mas cada um encontra-se, num processo contínuo de aprendizagem, o qual, para ter êxito, tem de ser coletivo. Se um avança, o outro também avança; se um atrasa, o outro também atrasa.

Na família, os filhos encontram um meio propício para retificar as falhas cometidas que, de uma forma ou doutra, afetaram as relações sentimentais entre eles e com os pais nas vidas passadas. Assim, vivem em conjunto vários acontecimentos que são mecanismos materializados em formas e processos independentes ou interligados de aprendizagem que, no fim, desembocam no aperfeiçoamento moral de cada um e de todos. Por isso, temos cada membro com a sua maneira de pensar e agir, que serve de instrumento de aprendizagem para si e para o outro, apesar de existirem algumas semelhanças.

Os acontecimentos são diversos e estão inseridos nos atos do dia-a-dia de cada filho, que conta sempre com ajuda, sobretudo, dos pais e dos irmãos. Esses acontecimentos podem ir de simples a até aos mais complexos, como podem ser negativos ou positivos e todos devem ser aplicados para o progresso de um e de todos.

Entre os positivos destacamos, entre outros: ajudas na resolução de problemas que nos pareciam de difícil solução; opiniões e sugestões boas que melhorem a nossa situação de vida; os alertas para se evitar certos acontecimentos desagradáveis, entre outros, são fatores que devemos apreciar e valorizar para a melhoria da nossa conduta moral. E entre os mecanismos negativos podemos evidenciar: as doenças físicas, perturbações psíquicas, doenças mentais, deficiências físicas, consumo de álcool e estupefacientes, dificuldades econômicas e sociais, injustiças, prisões, práticas de furtos e roubos, perda de bens materiais e financeiros, mortes, entre outros, sendo todos considerados como fatores que devemos assimilar e aceitar com resignação para o nosso próprio bem, porque foram escolhidos por nós próprios ou sabíamos que poderiam acontecer, durante a nossa vida, como necessidade imperativa para o progresso de cada um e de todos na família.

No seio da família, como em qualquer lugar, é constante a presença de influências de pensamentos negativos. Qualquer mal-entendido, discussão, desavença, desordem, briga, e muitas vezes tensão nervosa e dor de cabeça, e qualquer tipo de crime são consequências, muitas vezes, da atuação desses pensamentos que encontram na família portas abertas para a presença, instalação e desenvolvimento dessas influências que devem ser enfrentadas e anuladas com comportamentos positivos.

Acima de tudo, cada membro da família deve controlar a situação mentalmente, isto é, não deve envolver-se em discussões, fazendo abordagem negativa, mas, sim, deve escolher as palavras na execução das suas tarefas que devem ser acionadas pelos pensamentos positivos, como a melhor resposta a qualquer situação, mesmo que seja bastante adversa.

Alguns aspectos de como melhorar a convivência no seio familiar
Por António de Pina Tavares