Parte I
Essa é a primeira parte de uma matéria conjunta,
divida em duas partes, que iremos escrever sobre a glândula pineal. Nessa
pesquisa, analisaremos a glândula pineal baseada nas observações feitas por pensadores
na Antiguidade, no entanto, focaremos principalmente na análise cartesiana, feita
pelo erudito Renê Descartes (1596-1650), e nas seguintes, analisar-se-á a
glândula pineal com base nos argumentos científicos discutidos atualmente nos
meios acadêmicos e conferências internacionais.
A glândula pineal é uma estrutura presente na parte central do cérebro dos vertebrados. Na literatura da tradição de algumas filosofias orientais, a glândula pineal foi descrita e geralmente associada com o poder da alma, onde se manifesta e se desenvolve a capacidade sensitiva, intuitiva e clarividente, sendo que ela é possível de ser aperfeiçoada tanto pela prática da meditação quanto da concentração.
Herophilos (325-280 A.C), um médico grego, influenciado por Hipócrates (460-370), desenvolveu técnicas anatômicas importantes em sua época, o que lhe possibilitou ser o primeiro a descrever cientificamente a glândula pineal.
Foi Galeno de Pérgamo (129-199 d. C.), porém, que
concluiu que a glândula pineal trata-se de uma estrutura estática, que serve
como ponto de convergência para efetivar funções com outras partes do cérebro. René
Descartes, no livro “As paixões da alma” (1999) [nome e data do original: Les
Passions de I´âme, 1649], concluiu que o ser humano é um composto de corpo e
alma, ou seja, o corpo é responsável por regular as funções fisiológicas e a
alma as mentais, sendo que ambos estão interligados um ao outro.
Ele escreveu que a alma está unida a todo o corpo, controlando-o, e que ela exerce seu domínio direto sobre ele não por sistemas completos como o nervoso ou circulatório, apenas por uma estrutura pequena localizada na parte medial do cérebro, a glândula pineal, possibilitando desempenhar sua influência metafísica sobre a mesma por ela lhe dar tais condições de fazê-lo, ao contrário de outras partes do organismo.
Ele escreveu que a alma está unida a todo o corpo, controlando-o, e que ela exerce seu domínio direto sobre ele não por sistemas completos como o nervoso ou circulatório, apenas por uma estrutura pequena localizada na parte medial do cérebro, a glândula pineal, possibilitando desempenhar sua influência metafísica sobre a mesma por ela lhe dar tais condições de fazê-lo, ao contrário de outras partes do organismo.
Em suas palavras:
“Concebamos, pois, que a alma tem a sua sede principal na pequena glândula que existe no meio do cérebro, de onde irradia para todo o resto do corpo” (DESCARTES, 1999, p. 239). A glândula pineal, em sua análise, seria o “principal assento da alma” e o centro das impressões sensoriais e de onde partem todos os movimentos e ações do corpo humano e, além disso, o local onde as faculdades transcendentais da alma podem se manifestar para conceber ideais, a partir da inteligência e vontade, por exemplo.
“Concebamos, pois, que a alma tem a sua sede principal na pequena glândula que existe no meio do cérebro, de onde irradia para todo o resto do corpo” (DESCARTES, 1999, p. 239). A glândula pineal, em sua análise, seria o “principal assento da alma” e o centro das impressões sensoriais e de onde partem todos os movimentos e ações do corpo humano e, além disso, o local onde as faculdades transcendentais da alma podem se manifestar para conceber ideais, a partir da inteligência e vontade, por exemplo.
Na concepção cartesiana, as informações recebidas pelas
estruturas dos olhos, após captarem imagens do meio externo, são conduzidas
para a glândula pineal, sendo por intermédio dessa o local na qual se originam
as emoções, causando alterações ou reações nos membros das pessoas, e os
sentimentos, ocasionando, consequentemente, o medo, a tristeza, a alegria, a esperança,
entro outros, que têm sua origem na alma, como enfatizou René Descartes, repetimos.
Parte
II
Glândula
Pineal, Ciência e Espiritualidade
A glândula pineal é uma pequena glândula endócrina que mede 5 por 8 mm e pesa cerca de 150 mg e localiza-se na parte medial do cérebro, que tem a função de secretar e liberar hormônios, nesse caso a melatonina, que são lançadas no sangue e depois transportadas para o local de sua ação bioquímica.
Glândula pineal e o ciclo biológico:
Aaron Lerner, pesquisador na Universidade de Yale no século XX, ao analisar a glândula pineal descobriu que ela produz melatonina, especificamente no período noturno.
Com isso, se comprovou que a glândula pineal, fisiologicamente,
tem como uma de suas funções regular ciclo biológico do organismo, alterando
entre o dia e a noite a produção de melatonina, que durante o sono tem um
aumento dez vezes mais amplo quando comparado com o período diurno.
Glândula
pineal e as doenças mentais:
Comprovou-se que as difusões de horários desregulam o organismo
causando alterações, tais como: estresse, mudança de humor, insônia. Nesse
processo, há o prejuízo na síntese de melatonina pela glândula pineal, o que
impossibilita, assim, a produção normal desse hormônio, e, com isso, têm-se o seu
déficit, o que hoje em dia associam com aumento de doenças mentais no mundo.
Dados apontam que doenças psiquiatras (depressão, esquizofrenia,
distúrbio bipolar etc.) estão relacionadas às alterações ou distúrbios de sono.
Não é vão que os índices da OMS definam que são jovens, em comparação com
outras faixas etárias, os que mais sofram com doenças mentais na
contemporaneidade, devido, obviamente, o uso arbitrário que esse público faz do
tempo na época atual.
Glândula
pineal e o sistema reprodutor:
Atualmente, foi comprovado que a glândula pineal libera
melatonina e esse hormônio está diretamente relacionado com a fertilidade, uma
vez que o sêmen, componente presente no órgão genital do gênero masculino,
também apresenta melatonina. Concluiu-se, além disso, que a produção de
melatonina é escassez ou nula no período da infância, aumentando mais a partir
da puberdade e depois na madureza, o que se levou a considerar que ela é essencial
para a reprodução, que tende a ser despertada nos seres humanos à medida que
vão envelhecendo.
Glândula
pineal e Espiritualidade:
Pesquisas sobre Neurociência, Psicologia, Psiquiatria
e tantas outras áreas
que se debruçam na interpretação do cérebro humano se intensificaram no século
XX por uma série de motivos, de modo que até mesmo escritores céticos, cada vez
mais, buscam e desenvolvem informações válidas no meio científico sobre a
relação espírito-matéria.
Diversos médicos e cientistas, muitos deles influenciados pelas obras criadas por seus pares, sobretudo Ian Stevenson, acreditam veementemente que a existência da alma é uma realidade. Ademais, muitos deles tentam entender a ocorrência do processo de encarnação, o que vem acarretando, por consequência, vários investimentos e instituições e universidades sobre tais temas.
Diversos médicos e cientistas, muitos deles influenciados pelas obras criadas por seus pares, sobretudo Ian Stevenson, acreditam veementemente que a existência da alma é uma realidade. Ademais, muitos deles tentam entender a ocorrência do processo de encarnação, o que vem acarretando, por consequência, vários investimentos e instituições e universidades sobre tais temas.
Deste modo, vários pesquisadores vêm tentando saber
qual seria o órgão do corpo humano que a alma exerceria seu poder de ação sobre
a matéria ou se associaria quando encarnada, e depois possibilitar, mecanicamente,
o sistema nervoso agir para que o espírito possa conceber pensamentos e
manifestar sentimentos.
Estudos atuais sobre essa interação apontam como sendo
a glândula pineal a estrutura capaz de fazer essa ligação. Entrementes, se por um
lado muitas pesquisas são autênticas, do ponto de vista de passar por uma série
de análises se as hipóteses sejam válidas, outros, por sua vez, praticamente afirmam
que a glândula pineal é o local na qual permite o espírito efetivar as características
e modalidades mediúnicas ao argumentarem que a glândula pineal contém cristais
que atuam com capacidade magnética, tal como o ocorre para se efetivar o
funcionamento de um rádio, por exemplo, e que futuramente geraria o
desenvolvimento da telepatia, mais esses, ao nosso entender, estão demasiadamente
apegados aos pressupostos filosóficos duvidosos, que nem sempre são totalmente
confiáveis.
Conclusão
Portanto, podemos concluir que a glândula pineal
realmente seria um órgão propício à manifestação do espírito, principalmente porque
ela ser um elemento envolvido diretamente com o sono – como apresentamos no
início -, que, como sabemos baseado nos ensinamentos da Filosofia Racionalista Cristã,
é o período no qual o espírito desvincula-se (desdobra-se) do corpo material
para recarregar suas energias no seu mundo de estágio, caso a pessoa cumpriu os
seus deveres diários, ou, permaneça na atmosfera fluídica da Terra, se o
indivíduo agiu e pensou erroneamente, ficando refém aos fluídos negativos do
astral inferior.
Quanto às especulações recorrentes no meio científico,
apesar de alguns serem coerentes, ainda não podemos validar completamente se a glândula
pineal efetivamente seria o componente da relação espírito-matéria, uma vez que
nem todos os argumentos são imparciais, pois tendem a se descolar para as interpretações
místicas e irracionais, ou seja, pelo fato de muitos médicos estarem tirando conclusões
mais baseada na fé do que na razão, sendo, portanto, parciais.
Glândula Pineal cartesiana
Por Saulo José Pontes Machado
Glândula Pineal cartesiana
Por Saulo José Pontes Machado