O que eleva o espírito ajudando o ser encarnado é a consciência do dever cumprido e a prática do bem, para si próprio e para aqueles, seus iguais, a quem muitas vezes querem mal. By Isabel Candeias.

Evolução, níveis de espiritualidade e princípios espiritualistas - Por Saulo Pontes Machado

A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo. [...] Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram sê-lo” (HESSE: 2015: 10).

Foi com essas frases que o escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962) delineou o início de sua narrativa no livro Demian (1919). O objetivo principal da obra foi tentar buscar o entendimento da expressão mais profunda do gênero humano na existência terrena: a subjetividade espiritual. Ora, o caminho em direção a si mesmo só pode ser alcançado ao longo da trajetória evolutiva (digo mais: quando nos confundirmos com o Grande Foco). As nuances dessa realização está, inequivocamente, interligada ao processo gradativo de desenvolvimento espiritual do primado da Força sobre a Matéria.


Sabemos que é passando por diversos reinos da natureza que à parcela da Inteligência Universal desenvolve-se para patamares cada vez mais complexos. Sua expressão desdobra-se no planeta Terra, em sua amplitude máxima, no reino hominal. O atributo da inteligência embora sendo apenas incipiente nos reinos mineral, vegetal e animal, têm, nessas etapas, a generalização dos demais atributos espirituais. Sendo alguns exemplos, o raciocínio, o domínio de próprio, a capacidade de concepção e muitos outros mais.

É nessa fase evolutiva que o espírito se constitui. Sendo, portanto, responsável pelas ações praticadas conforme o uso do livre arbítrio. Ademais, é nessa etapa do desenvolvimento espiritual que o espírito expressa seus atributos em sua amplitude “máxima”, com mais ou menos intensidade, conforme os limites que o próprio planeta Terra permite momentaneamente expressar. Pois embora saibamos que temos a glândula pineal como meio para poder desenvolver a telepatia que, desde os estudos dos místicos orientais na Antiguidade perpassando pelas observações feitas na Idade.

Moderna pelo filósofo Renê Descartes com suas intuições em torno das capacidades telepáticas do gênero humano, seu desenvolvimento pleno ainda é impossível devido às circunstâncias terrenas, por imperar no convívio social práticas mais degeneradas do que virtuosas.

Além disso, seu uso implicaria a ação orientada para o benefício próprio de muitas pessoas, o que, por usa vez, desencadearia grandes males para o mundo.

Essa peculiaridade exposta anteriormente, somente pode ser interpretada à luz da espiritualidade, especificamente, pela diferenciação evolutiva da longa e lenta evolução espiritual das parcelas da Inteligência Universal em diversas e sucessivas reencarnações, no planeta de escolaridade denominado Terra. Pois, como sabemos, não há como entendermos os acontecimentos terrenos senão estiverem associados aos fenômenos espiritualistas.

Ora, entendemos muito bem que os seres humanos diferem-se entre si, porém, são similares no que tange o processo contínuo em busca do aperfeiçoamento dos atributos espirituais.

É por isso que os espíritos dos mundos densos são incapazes de deterem as mesmas capacidades se comparados aos espíritos dos mundos intermediários. Isso se explica porque os primeiros estão percorrendo às suas encarnações iniciais nesse mundo e os segundos as últimas, e, que por isso, tendem a exteriorizar os instintos materializados da fase evolutiva precedente – do reino animal – com mais frequência do que os espíritos de níveis mais elevados.
     
De modo contrário, os espíritos dos mundos intermediários poucas vezes irradiam sentimentos inferiores, por colocarem o raciocínio voltado para a prática do bem com mais constância. Assim, os mesmos, por controlarem suas emoções, analisam demoradamente os temas da realidade circundante, pois, usam o livre arbítrio de maneira mais correta, o que possibilita entrarem em contato com as correntes do bem com mais frequência. Ressaltadas essas características dos níveis espirituais e do mundo de escolaridade como é o exemplo do planeta Terra, percebeu que demorará muito tempo para o esclarecimento da humanidade ocorrer de maneira integral. Pois ainda impera no mundo, infelizmente, a corrente do mal em detrimento da do bem. Isso se deve as vibrações que percorrem a atmosfera fluídica desse mundo, ainda conservarem as consequências dos milênios de História marcada por guerras, conflitos e intolerâncias; como também, a propagação dos maus hábitos e costumes que são praticados diuturnamente no meio cotidiano, causando desprezo a qualquer um que se atém ao estudo da Filosofia Racionalista Cristã.

Somente quando nos tornarmos apóstolos do trabalho; pugnarmos pela moralização das nossas ações em todos os setores da vida; cumprirmos os nossos deveres; aí sim, será possível nos mantermos ligados harmonicamente com o Astral Superior. Foi com essa finalidade que o escritor Luiz de Souza dissertou sobre o objetivo da implementação do Racionalismo Cristão no planeta Terra, ao ter enfatizado que “o Racionalismo Cristão codificou preceitos da moral espiritualista em moldes ajustáveis ao viver neste mundo, para que todos possam, ao porem em prática seus princípios e sua disciplina, triunfar na existência terrena” (SOUZA: 2016: 58).

Evolução, níveis de espiritualidade e princípios espiritualistas
Por Saulo Pontes Machado