O que eleva o espírito ajudando o ser encarnado é a consciência do dever cumprido e a prática do bem, para si próprio e para aqueles, seus iguais, a quem muitas vezes querem mal. By Isabel Candeias.

Eram bruxas ou médiuns? - Por Saulo José Pontes Machado

Esse artigo foi criado com o intuito de responder a pergunta: eram bruxas ou médiuns? Bruxas ou feiticeiras foram palavras definidas por povos e civilizações antigas aos fenômenos mediúnicos. Escrito de outro modo, na maioria das vezes mulheres que tinham as faculdades de vidência, audição e incorporação e eram perseguidas por membros de sociedades patriarcais, sectaristas e dogmáticas. 

Na babilônia o fenômeno da incorporação dos espíritos nas médiuns tornou-se tão comum que o código de Hamurabi tinha um artigo punitivo para quem praticasse “feitiçaria”. Na Grécia, através da mitologia e sua relação com os humanos, acreditava-se que deuses falavam através das pitonisas presentes em quase todas as polis, sendo a de maior renome a pitonisa do templo de Delfos, em homenageava ao deus Apolo e que foi visitado pelo magnânimo espírito percursor do racionalismo filosófico: Sócrates.
No entanto, a partir da Idade Média, em função da mitologia e religião culpar a mulher pelo pecado do mundo, as feiticeiras obtiveram conotação estritamente pejorativas, consideradas bruxas. A perseguição das bruxas foi sistematicamente efetivada pelo Tribunal do Santo Ofício no século XV. O livro basilar de definição, julgamento e ensinamentos de torturas chamava-se Malleus Maleficarum ou O Martelo que destrói as bruxas e a sua heresia (1486), criado por dois cléricos da Igreja Católica, Heinrich Kraemer (1430-1505) e James Sprenger (1435-1495) que, com autorização papal se espalhou tanto nos países católicos como protestantes. Entretanto, que entendiam tais religiosos por bruxas?

Bruxas eram mulheres que eram capazes de fazer “viagens imaginárias, de translações corpóreas, ver diabos e que com eles se comunicam e falam” (KRAMER; SPRENGER, pág. 13, 1976). Ou seja, tinham a faculdade da vidência, realizavam desdobramentos espirituais, e viam os espíritos do astral inferior que entravam em contato com elas, possivelmente, (em uma época dominada pela ignorância na população geral tendo em vista a diminuta parcela de pessoas letradas), entravam em contato para pedir ajudar ou mesmo sugar suas energias anímicas em função de afinidade vibratórias, devido o uso incorreto do livre arbítrio. 

Além disso, elas também eram definidas como: àquelas que abandonavam a fé cristã, rebeldes e que não respeitavam a submissão a qual eram impostas na época, acabando sendo denunciadas por maridos, familiares e religiosos aos tribunais inquisitoriais. Ademais, a referência que mais prevalece é que muitas bruxas eram mulheres responsáveis pelos conhecimentos basilares de medicina, atuando em práticas com partos, cura de feridas e até criação de porções e antídotos com ervas da natureza (o que hoje entende-se por Medicina fototerápica), para ajudar os semelhantes que a elas recorriam. Além dessa concepção, definia-se bruxas a todas as pessoas que, durante à noite iam até as florestas e lá entravam em contato com espíritos, seja para incorporar como para dialogar através de rituais restritos.

"Em consequência disso, registros históricos apontam que foram 50 mil casos de mulheres condenadas de bruxaria pela Inquisição na Europa, sendo 12 mil mortas nas fogueiras. O julgamento mais injusto e cruel contra uma médium de missão específica e de alto grau evolutivo no planeta Terra ocorreu no século XV, na França, contra a Joana D'Arc, médium vidente e clarividente (SOUZA, Luiz de)". Em relação a sua vida e obra, assim se expressou em uma orientação sua:

"Venci muitas batalhas, muitas guerras, dei muitas vitórias ao meu país e alegrias, livrando-os de muitas conturbações. Na época, quem tinha este dom, hoje chamado mediunidade, era chamado de bruxa ou feiticeiro, com pacto com o Diabo, mas este dom me ajudou muito; não tinha muito conhecimento mas sabia o que tinha que fazer. Este dom começou a incomodar muitos, pessoas poderosas, inclusive os da Igreja; fui condenada, julgada e na época a condenação era a pena na fogueira; fui queimada, mas garanto meus amigos, não senti nada, pois estava com a minha consciência tranquila, já que através deste dom eu tinha certeza que havia cumprido a minha missão." (mensagem mediúnica de Joana D'Arc "pelo médium Marcos" de 17-05-2024).

Assim como a Joana D'Arc, há na história vários exemplos de espíritos médiuns, tais como Jesus, Chico Xavier e Sócrates e que usaram tais faculdades apenas para o bem da humanidade. Por outro lado, é notório também ressaltar que essas faculdades quando não entendidas ou usadas incorretamente geram a desgraça de muitos, como dos “loucos” presentes em quase todas as cidades do Brasil e mundo afora que perambulam pelas ruas de um lado para outro vendo e falando sozinhos, assim como àqueles que usam inclusive a internet em benefício de seus interesses financeiros e materiais, mesmo sabendo que onde há interesses exclusivamente econômicos acarretam débitos grandiosos a resgatar futuramente em novos projetos reencarnatórios.

Dito isso, encerro esse estudo elucidativo explicando que as crenças incorretas que se têm geram consequências gravíssimas, sendo este o exemplo, as que atravessam milênios. Pois o fato de não terem compreendido a mediunidade e definindo-a como bruxaria, gerou a morte prematura de milhares de espíritos séculos depois. Exclusivamente, por serem oriundos de sociedades patriarcais, sectaristas e dogmáticas que nada sabiam sobre os fenômenos mediúnicos e que tais pensamentos já não cabem mais no século XXI, cujo papel da mediunidade é de grande valia para os espíritos do Astral Superior, desde que tais instrumentos não caiam no erro grave da vaidade, presunção e egocentrismo.

Eram bruxas ou médiuns?
Por Saulo José Pontes Machado